O dia em que finalmente fiz uma entrevista de emprego em inglês
- Flora Leite- Monitora VEC
- 27 de jul. de 2019
- 2 min de leitura
Atualizado: 27 de jul. de 2019

Em um belo dia de 2015, em que estava finalmente formada,- tanto no curso de Jornalismo quanto no meu curso de inglês- vi em uma rede social o anúncio de uma vaga de emprego. Para a minha surpresa, pela primeira vez eu estava dentro de todos os critérios, sobretudo aquele que dizia “inglês avançado”!
Não tinha sido fácil ter feito anos de curso de inglês. Comecei quando ainda tinha oito anos de idade, mas o estudo ininterrupto só viria acontecer mesmo na graduação, período em que me sacrifiquei indo e voltado de aulas aos sábados ou em horários tarde da noite. Foram ao todo seis cursos diferentes pelos quais passei cinco anos seguidos de estudos antes da conclusão. No final, repetia para mim mesma “isso vai ter que servir pra alguma coisa na minha vida!”.

Foi quando finalmente aconteceu. E, por incrível que pareça, achei surreal.
Talvez o estranhamento tenha acontecido por eu nunca ter vivenciado aquela situação, nunca ter tido um treinamento direcionado para entrevistas de emprego desse tipo. Por outro lado, todo o conhecimento foi útil: tive que me apresentar, interagir com as pessoas, contar sobre minhas habilidades profissionais e até mesmo escrever uma redação (mas esta, se não me engano, foi em português). E tudo isso na frente de outros candidatos, dentre os quais muitos já haviam feito intercâmbio ou até mesmo trabalhado no exterior!

Na hora de responder as perguntas eu comparava meu vocabulário exageradamente formal com o de algumas pessoas que já haviam tido determinadas experiências. Uma delas falava que já havia participado da produção de um show no exterior, outra relatava que havia trabalhado em um café e, uma terceira, que já havia entrevistado estrangeiros- situações que já antecipavam detalhes da experiência na nova vaga. E eu? Nada nesse sentido, mas continuei firme e forte, pois sabia que não era a única.
A concorrência foi maior do que esperado e a avaliadora até parecia um pouco nervosa diante de tantos candidatos para, a princípio, apenas uma vaga. Se não me engano, participaram por volta de 20 a 30 pessoas, dividas em dois dias de seleção.
No final, não passei de primeira. Mas fui chamada posteriormente, durante um remanejamento. Uma pena que neste mesmo dia já estava matriculada no mestrado, de forma que as duas atividades ficariam inconciliáveis. Se eu tivesse passado em uma classificação ainda melhor, teriam me chamado mais rápido e talvez meu destino tivesse sido outro. Nem melhor nem pior, apenas outro. Afinal, ambas as atividades me forneceriam exatamente a mesma remuneração, mas as experiências seriam diferentes.

Então, que tirei dessa experiência? O curso de inglês me ajudou sim, ajudou muuuuito e, assim como muitos outros candidatos, sei que era competente para a vaga. Porém, ser entrevistada em outro idioma e participar de todo este processo foram uma novidade pra mim. E olha que isso foi aqui no Brasil! Imagina se fosse no exterior? Mas quem sabe, tudo é possível, não é mesmo? Uma coisa é certa: hoje dou mais valor ao inglês para objetivos específicos, pois acredito que se estivermos melhor preparados para demandas específicas do futuro emprego, mais facilmente (e rapidamente) nos aprovarão!
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